segunda-feira, 9 de março de 2009

calmaria caótica


Nanni Moretti é um ator, roteirista e diretor italiano, que dentre várias belas obras cinematográficas, fez em 2001 um dos filmes mais contundentes sobre o difícil momento da perda de alguém, o devastador O Quarto do Filho. Moretti é também o protagonista e roteirista deste Caos Calmo (um dos melhores nomes de filme que eu já ouvi), mas não esteve no comando do filme, que ficou a cargo de Antonello Grimaldi...ou não. Caos Calmo não só parece um filme feito por Nanni Moretti como é um filme de Nanni Moretti, um filme que ele já fez. Em 2001. E se chamava O Quarto do Filho.
Certos novos nortes são apontados em Caos Calmo e há muito o que interessa na abordagem dessa dor sentida e não expressada, percebida mas não latente, colocada como uma brisa na praça que é locação máxima do filme, escolha do protagonista para ser só ao redor do mundo, na espera da filha. Ele parece não sofrer, ela também não, e então ele parece sofrer por este não-sofrimento. É uma abordagem um tanto diferente, mas com signos e fatores bastante semelhantes ao Quarto: a morte, o fato de não estar presente no momento e sentir uma certa culpa por fazer outra coisa (por mais altruísta que fosse essa coisa), a catarse do momento que o personagem de Moretti deságua, tudo muito extraído de uma obra anterior, de uma obra maior. Se O Quarto do Filho não existisse, Caos Calmo seria um filme muito mais interessante. Infelizmente não consegui me desapegar como deveria.
Mas toca Rufus, isso é bom!

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