segunda-feira, 9 de março de 2009

uma opção realista


Dois minutos fora de casa e o mundo se revela. Nossa casa parece uma proteção muito mais significativa que sua condição física, de conforto e tudo mais; parece mesmo o distanciamento do perigo do envolvimento com a dureza do exterior. O mundo lá fora são as próprias pessoas e elas estão mesmo preocupadas com suas órbitas. Eu também.
Odeio ver risadas demais nas ruas, quando sinto junto delas o som alto da voz da hipocrisia. Odeio hipocrisia. Eu sou chato, quero conhecer pessoas chatas - não tanto quanto eu - e saber que elas são mais autênticas que as pessoas excessivamente agradáveis e corretas. Estas pessoas parecem mesmo que não saem de casa, de suas cascas, e quando colocam as cabeças para fora neste mundo de caras fechadas, quando quiserem estar fechadas, e caras abertas, somente quando assim tiver que ser, estas pessoas parecem mesmo serem os juízes e atrozes. E eu que estou errado. Odeio gente que mente pro mundo, simplesmente porque não sabe dizer a verdade para si.
Só quero sair de casa quando o mundo for mais criativo que minha casa. Poderia ser amanhã, quando eu apontar minha cara "de amanhã" (sabe-se lá qual será) na rua e puder ser eu mesmo, sem mascarar uma felicidade impossível, ou uma determinação inexistente, ou uma satisfação irreal. Amanhã quero sair daqui e ter raiva, se eu quiser. E poder ter raiva. E poder falar que eu estou com raiva, por sexta, por sábado, pela ausência, pelo excesso, pelo reflexo, pelo sol, pela hora, pelo espaço. E ninguém me julgar mais chato, por isso. E nem mais feliz, caso nada disso seja o amanhã. Assim seria meu mundo de amanhã, realista.

Um comentário:

  1. Geeeente,
    que braveza é essa????
    Vc já convive com pessoas chatas dear,é só olhar ao redor...preciso citar os nomes???
    Eu mesmo sou uma delas,mal me aguento as vezes...
    Talvez vc precise um pouco das boazinhas...
    ou se ainda kiser a "chata"...tô aki,he,he,he!!!

    bjus

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